quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Revolta surda

Novo ano lectivo arranca com "revolta surda" entre os docentes
14.09.2005 - 14h42 Lusa

O Partido Comunista Português considerou hoje que o ano lectivo arranca com uma "revolta surda instalada" entre os professores devido às medidas do Ministério da Educação contra o corpo docente".

Jorge Pires, da comissão política do PCP, afirmou em conferência de imprensa que as decisões tomadas pelo Governo "vão criar níveis de instabilidade nas escolas incomparavelmente mais graves do que a anormalidade" registada no ano lectivo anterior.

Os docentes estão descontentes com o aumento da idade de reforma, o congelamento temporário da progressão nas carreiras e a reorganização do horário, que os obriga a passar mais tempo nas escolas. "Quem conhece o ambiente das escolas sabe que há um clima de revolta surda instalada e os professores esperam que as medidas sejam revogadas", referiu Jorge Pires.

"Não é possível o Ministério da Educação estar contra os professores e pedir-lhes que tenham um papel decisivo no processo educativo", sublinhou o responsável comunista.

Sobre as mudanças introduzidas no novo ano lectivo, o PCP criticou a previsível "privatização" do ensino do Inglês no 3º e 4º anos do primeiro ciclo. "Há muito que defendemos o ensino de uma língua estrangeira no primeiro ciclo, mas todo o processo tem que ser conduzido pelo ministério e não ser entregue a privados", alertou Jorge Pires.

No entender dos comunistas, quem fica a ganhar com a introdução da disciplina no primeiro ciclo são institutos privados de línguas, "quando há professores de Inglês desempregados". "O Governo deveria assumir as suas responsabilidades quanto ao financiamento das escolas do ensino básico, que deve ser suficiente para todas as actividades curriculares e extracurriculares", diz o PCP.

A alteração do modelo de concurso de colocação de professores também preocupa o PCP, que criticou o primeiro-ministro, José Sócrates, por ter anunciado as mudanças "com pompa e circunstância" e não ter mostrado ainda disponibilidade para negociar.

Jorge Pires considera positiva a estabilização dos docentes nas escolas através de concursos plurianuais, mas alertou que há outros problemas a resolver, como a situação dos professores deslocados e o actual sistema de quadros de escola. "Se estes problemas não forem resolvidos está-se a criar a instabilidade dentro da instabilidade dos professores que agora é de um ano lectivo e passará a ser de três ou quatro", disse.


2 comentários:

xana disse...

:)

Estamos quase a saber mais estes resultados...
Muita sorte pra nós... e pra todos os que, como nós, andam angustiados... todos nós vamos conseguir aquilo que desejamos! O que é preciso é muita energia positiva! ;)

:)Sorrisos!:)

AJFF disse...

Apoio as palavras do Fernando.