terça-feira, 17 de abril de 2007

Optimista ou Pessimista Ambiental?


Sr. Optimista: O ambiente está a melhorar e a saúde também. A nova legislação sobre qualidade do ar e da água, bem como dos resíduos, tornaram aqueles meios mais limpos, tendo atingido os menores valores de poluição dos últimos 20 anos. Reduzimos drasticamente alguns poluentes atmosféricos, tais como o SO2, o mercúrio e o chumbo. O rio Paiva voltou a ser um dos rios menos poluídos da Europa e os resíduos estão a ser recolhidos a 100% da população. Os cuidados de saúde primários têm apresentado uma tendência clara para o aumento. Tudo isto foi conseguido apesar da população ter aumentado, o rendimento das famílias aumentou e o Produto Nacional Bruto e o Índice da Euronext Lisbon (PSI-20) atingem valores nunca antes alcançados, no início do presente século XXI. As pessoas vivem mais, crescem mais fortes, gozam mais agora a sua reforma do que faziam antes.
Sr. Pessimista: Mas em que planeta vives tu? Aqui nesta terra que designamos por Portugal, alguns rios melhoraram a qualidade da sua água, mas as zonas costeiras foram completamente ignoradas. Houve menos praias com Bandeira Azul; a pesca diminuiu; os peixes e os sedimentos estão contaminados com poluentes herdados, como os PCBs, os PAHs e o mercúrio. Não se conseguirem identificar adequadamente as relações entre a poluição atmosférica e as doenças respiratórias; há cada vez mais crianças com asma; apareceram novas ameaças todos os anos – os perclorados (PFOS), produtos farmacêuticos e organismos resistentes aos antibióticos apenas para nomear alguns. Meu irracional: os problemas não diminuíram; a escala é que simplesmente passou da local para a regional e global. E o maior problema ambiental do nosso tempo não foi ainda olhado seriamente pelo governo e pelas autarquias: a emissão de gases com efeito de estufa e as alterações climáticas.
Sr. Pessimista: Gostaria de partilhar a tua visão cor-de-rosa. Mas não consigo sequer imaginar como poderemos ter água para 9 mil milhões de pessoas. Já estamos a apropriar-nos de cerca de metade da água doce do mundo para uso humano e a quantidade média de água disponível por pessoa tem diminuído rapidamente, devido ao crescimento das mega-cidades, desenvolvimento costeiro e alterações da distribuição da precipitação. Água de qualidade ainda não está acessível a mais de 1,1 mil milhões de pessoas e 2, 4 mil milhões não têm adequado saneamento. O que origina várias doenças, de que a malária e cólera são as mais importantes. Milhões de crianças morrem com doenças que poderiam ser prevenidas se as águas fossem tratadas. Tal como eu vejo a situação, tu estás completamente enganado.
(in Portal Ambiente & Saude)

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